Recentemente, em meados de julho, o ministério das cidades divulgou dados referentes ao aumento da violência no transito das cidades. Quero destacar aquelas relacionadas às discussões – classificadas no meio policial como “desinteligências” - que acabam muitas vezes em agressões físicas entre as partes, e, fatalmente, em mortes.
Quanto ao fato, primeiramente manifesto minha total inconformidade, quando vidas são perdidas em situações que a princípio somente gerariam prejuízo material. Nenhum pára-choque, pára-brisa ou porta amassada justifica a morte de uma pessoa.
Em segundo lugar, quero compartilhar com vocês de que todos nós precisamos refletir, e nos conscientizar, de modo que saibamos que um retrovisor quebrado não pode ser tratado como uma questão de “vida ou morte” em nosso destino. Não podemos deixar que nossa vida inteira seja comprometida por alguns segundos de fúria, que num segundo momento – caso ocorresse tudo em paz – nem seriam lembrados como algo importante no futuro.
Fora isso, temos que nos fazer saber que no outro automóvel não há um inimigo, um adversário, tal como um competidor numa corrida. Mas sim, um ser humano como qualquer outro, com problemas, preocupações, angústias e imperfeições, assim como eu ou você. Digo isso, pois quando nos exaltamos e insultamos alguém, que por ventura tenha realizado qualquer manobra atípica, damos a impressão de que somos perfeitos condutores e que nunca, em momento nenhum, tenhamos feito alguma “barbeiragem” na vida. O que logicamente não é possível.
Devemos pensar, antes de ofendermos alguém no transito, que aquele “motorista distraído” a nossa frente, pode ser futuramente em outra ocasião um tio seu, sua mãe, seu pai, ou seja, pessoas que por mais erradas que estivessem na realização de uma manobra, você não gostaria que fossem insultadas e agredidas pelos demais. Ao respeitarmos o outro, garantimos também que sejamos respeitados.
Enfim quero finalizar e deixar a idéia de que precisamos deixar de lado o instinto competitivo e agressivo quando pegamos na direção de nossos veículos, e no lugar dele, nos comportarmos de maneira civilizada e racional. Assim, construindo um trânsito mais civilizado, onde todos nós ganhamos. É uma via de mão dupla, ao passo que a cooperação entre os motoristas cresce, no nosso caminho de volta ganhamos em segurança, diminuindo drasticamente ocorrências bárbaras como as registradas nos últimos dias.